processos químicos são precisos. O restante é imprevisível

Muitas vezes só vemos o que os outros produzem e parece tudo tão fácil e lindo. Mas a verdade é que tem muito trabalho envolvido. Vamos falar sobre as falhas e pensar nessas questões que fogem ao nosso controle?

Neste semestre aconteceram alguns fatos bem curiosos nas aulas de cianotipia, Osasco e Paulista. Imagens sumiram e voltaram, sumiram completamente. Acho que aconteceu pra eu escrever sobre isso.

Teve dia que tivemos problemas com papel, com luz, com tempo de exposição. A verdade é que é por isso que eu passo todos os dias. Dias bons e muitos dias ruins.

Já tive perda de mais de 40% do trabalho por causa de tipo de papel, sempre comento que teve turma de outros professores que num dia nada deu certo por causa de alguma contaminação. E tem gente que acha que a gente guarda segredo quando conseguimos fazer o processo. Neste fim de semana mesmo, resolvi mostrar o ciano em papel na aula do Paulista. Fiz um exemplo na hora e o pessoal foi fazer. Não sei o motivo, mas teve uma pessoa que não saiu o resultado de jeito nenhum, mesmo papel, mesma água, mesmo negativo. Simplesmente não saiu.

E por isso a escolha do papel acaba sendo bem importante. Mas fato é que muitas vezes na mesma folha podemos ter pontos com problemas, no mesmo tipo ou lote.

E quando isso acontece em aula é bom justamente para saber e identificar o problema na hora. Como a Carina, educadora do Sesc Osasco disse, é bom que aconteça pra gente poder entender os problemas. Não adianta ficar tudo mastigado e depois não saber resolver depois. Esta é a última semana do curso por lá e produzimos muitas boas imagens.

Quando faço um trabalho são cerca de duas semanas que preciso para fazer uma boa cópia, no mínimo, para um determinado papel. Entre preparar, tratar, testar, testar e testar negativo. Acertar contraste, densidade, controle de tons. Para montar um curso são testes de pelo menos dois meses. E muitas vezes por mais que eu teste e deixe tudo redondo, quando chega o curso sempre ocorrem imprevistos. E por quê? Bom, o ambiente é outro, a água muda, a iluminação eu não controlo e principalmente, nem sempre eu consigo acompanhar todo mundo em todos os passos. Até o tempo de exposição das caixas de luz muda, de acordo com o ambiente e uso da energia. Eu sei porque uma vez estava fazendo uma atividade ao lado do palco, o show começou e o tempo de exposição mais que dobrou, foi bem nítida a diferença.

Reações químicas são precisas como a matemática. Muitas vezes eu vejo tutoriais em que a pessoa não usa luvas. Se a ideia é fazer um controle adequado do processo, a luva também é o que vai garantir que não se terá contaminação de gordura ou sujeira que levamos nas mãos, além de proteger seu organismo de maiores exposições a reagentes. Todos esses fatores podem contar como problemas na imagem; papel (e nunca dá pra saber o que se coloca no papel hoje em dia), água, processamento, onde se apoia o suporte, antes e depois do processamento, contaminação pode acontecer.

foram no mínimo 5 tentativas para chegar nessa. uma tarde inteira.

Neste domingo teremos o último dia de atividade em ciano. Hoje percebo que exagerei em testar tantos materiais em tão pouco tempo. Mas minha ideia inicial é de que só seria prática e eu não explicaria coisas teóricas. Mas no final acabo explicando porque me perguntam e não dá muito tempo de fazer as coisas do jeito que eu quero. Mas enfim, condições ambiente que não posso controlar, temperatura e umidade, luz e água são os meus fatores imprevisíveis. Dá certo, só não fica perfeito. Verdadeiramente, é exatamente do jeito que eu faço sozinha, sem segredos, tentando múltiplas vezes e buscando soluções.

🙂

Álbuns fotográficos no Sesc Belenzinho

Nesta quinta feira começa um novo curso que farei junto com a Fabi Won. Nós começamos a trocar ideias sobre nossos antepassados coreanos e começamos a analisar a história dentro dos objetos que nos contam algo sobre família. Essa pesquisa acabou virando curso e faremos um álbum baseado nos exemplos dos anos 30 que o bisavô dela deixou.

São 6 encontros, quintas 19-22h

https://www.sescsp.org.br/programacao/encadernacoes-para-albuns-fotograficos

Fiz esse álbum para mostrar o modelo que faremos na atividade. A ideia é também fazer uma capa que represente uma tradução de algo que representa a memória do que vai ser guardado nesse álbum. Recentemente que deparei com a questão de quanto tempo se leva para trabalhar uma imagem fotográfica alternativa e o resumo é que é um bom tempo olhando para a mesma imagem. Esse momento de contemplação é bem diferente do tempo de se olhar fotos no celular, sendo necessário perceber suas nuances, seu resultado final na matéria. A proposta de fazer um desenho para a capa vem dessa questão em parte. Contemplar um objeto de família ou uma fotografia e criar um trabalho a partir disso. Faz pensar no que a gente quer que represente algum legado que deixamos.

E parte também de uma necessidade nossa de colocar algo que tem um significado e que pode passar por gerações. Quando olho os álbuns de família eu sinto uma lacuna enorme de entender quem eram, onde e como viviam, porque essas informações se perdem e não sabemos muitas vezes quem eram as pessoas nos álbuns que guardamos.

Aliado a esses devaneios, fica o pensamento de que muita gente nem sabe mandar fazer saída de fotografia digital e como conservar e guardar essas imagens. Por isso para mim acaba sendo importante poder passar o que eu penso sobre o assunto. Então acabamos programando um curso que envolve encadernação, história, desenho, fotografia e como conservar essas imagens.

Eu e a Fabi nos conhecemos na cerâmica na Associação dos Ceramistas Coreanos no Brasil (posso ter invertido a ordem das palavras) e desde então temos trocado muitas ideias sobre a comunidade, o fazer artístico e os perrengues que a gente leva na vida. Sobre a fotografia percebemos que a forma como enxergamos essa ancestralidade tem muitas perguntas também por ser de um país tão distante com uma cultura tão diferente da que vivemos, mas também porque parece que ao mesmo tempo em que nascemos aqui temos uma necessidade de entender de onde vieram essas raízes. Posso dizer que sempre me senti muito brasileira e quanto mais conheço a cultura coreana, apesar de ser bonita, ainda gosto mais do Brasil.

Vejo de alguma forma que a vida dos meus avós e do meu pai foi marcada de tristezas e violência, já que foi em momentos de guerra que meu pai nasceu. E pelos relatos dele sempre tive a sensação de que havia um ressentimento por ter sofrido e perdido tanto, num lugar que ele nunca pensava em voltar.

A imagem do álbum é uma cianotipia de uma página do dicionário inglês-coreano que meu pai me deixou. O que ele mais gostava de fazer parecia ser aprender línguas. O papel azul da capa é um papel tingido com cianotipia. Teve momentos em que eu não conseguia pensar em produzir imagens, já que durante a pandemia senti a fragilidade de se trabalhar com que eu trabalho, parecia que meu trabalho não valia nada. Então sem querer fiz esse papéis sem imagens. Sem querer, ficou com as cores da Coreia.

Papéis

outro dia nas aulas percebi que não havia colocado nenhum conteúdo sobre papel por aqui.

por isso vou deixar minhas impressões sobre o tema, para as pessoas que não querem gastar muito com papéis especiais.

Importante lembrar que aqui estou deixando um depoimento para quem está começando, não é para uso super profissional. Até porque se quiserem pular para algo mais específico para fotografia alternativa, é só utilizar um Platinum Rag para fotografia alternativa (não é para inkjet) ou um Arches Platine. (se conseguir um Herschel melhor ainda)

Nos cursos sempre busco alternativas mais fáceis de ser encontradas e com baixo custo. Recomendo especialmente papéis neutros ou aquarela e gravura. Para os últimos dois a regra é: lavar e acidificar.

Funciona sem lavar e acidificar? até funciona. Mas se você é daqueles que gosta de sofrer ou de roleta russa. Porque todos esses papéis são muito alcalinos então vai perder alguma parte do material químico na tentativa e erro.

Tentativa e erro é uma ideia que meu irmão, por exemplo, odeia. Se quer algo preciso, não fique sofrendo muito com tentativa e erro, já que a química é precisa nesse sentido. Do contrário, é preparar um material pra ver metade do seu trabalho sumindo depois.

Papéis de desenho não são minha escolha favorita também. Pelo mesmo princípio. Mas também porque em geral as fibras são mais curtas e a resistência acaba sendo baixa.

Acidificar: 10% de ácido cítrico e seja feliz. Vai economizar uma boa parte do seu tempo com isso.

Encolar: 3% de gelatina ou cola de amido. (odeio fazer cola de amido * ) CMC também é uma opção.

A encolagem se utiliza em papéis que estão absorvendo muito químico e acabam ficando manchados.

Papéis preferidos por mim para sofrer menos e não pagar muito caro. Gosto do Canson Edition de gravura. Mas depois da pandemia está sendo mais difícil encontrar. Custo baixo para um papel com parte de algodão. Fabriannos são maravilhosos. Filiset neutro é só alegria pois não precisa de preparo. Só que é fino.

Montval em folhas é uma opção também, apesar da textura. Eu só utilizo quando não encontro outra opção.

já os de gravura, prefiro recomendar os de prova. Porque de gramatura mais alta SEMPRE requer acidificação e encolagem. São lindos, macios e ótima textura. Mas demora pra preparar, é bom ter mais experiência.

*odeio fazer cola de amido porque tem que esquentar, é difícil de fazer em aula. Coisa que eu prefiro fazer sozinha sem pressa.

Onde comprar papéis:

  • Papelaria Universitária
  • Casa do Artista
  • Fruto de Arte
  • Led encadernadora
  • Molducenter (quantidades grandes)
  • Casa do Restaurador
  • World Paper (washi)

Cítrico, CMC – lojas de confeitaria, mercadolivre, rua das essências da Sé.

Posso usar vinagre? Digo que vinagre é caro pra quantidade que vem. Prefiro usar limão se tiver que ser natureba.

Não coloquei fotos ou links porque estou montando aulas da semana e resolvi escrever sobre o assunto às pressas. A verdade é que além de estar um tanto atarefada com mudanças de espaço e reformas, também inventei de fazer uns processos difíceis.

Além de tudo também tenho uma sobrinha especial PCD. Tenho observado ela mais de perto pra entender o que ela percebe sobre imagem e ao mesmo tempo tentar fazer imagens sobre ela. A parte que tem me doído é que sei que ela pode viver pouco tempo, então quando posso fico perto dela pra de alguma forma diminuir as frustações do que ela não pode fazer.

Cianotipos – Sesc Paulista e Sesc Osasco

Esta semana começam duas atividades em Sescs diferentes. Em comum só a técnica, com abordagens um tanto diferentes. No Sesc Paulista a atividade é de um dia só, domingos na parte da manhã, em diferentes suportes como tecido, acrílico e vidro. Assim, a ideia é desenvolver um trabalho um pouco fora do universo bidimensional da fotografia, explorando suportes. Como é somente um dia, não daria para imprimir imagens na aula, então são pré impressas com assuntos diversos.

Em Osasco a técnica se desenvolve em um curso de quatro encontros, a partir de imagens dos participantes. Aqui a proposta é explorar um pouco mais a técnica. Pensei em explorar fotografias de família também mas nunca sei se alguém vai querer tentar.

https://www.sescsp.org.br/programacao/imagem-azul-em-outros-suportes-customizacao-com-cianotipia

https://www.sescsp.org.br/programacao/experimentos-fotograficos-com-cianotipia

Bazar dia 18/02

este mês teremos mais um dia de vendas na Rua Cardeal Arcoverde 2007 – o endereço do Imagineiro - com mais câmeras, objetivas e itens para laboratório e filmes fotográficos.

A novidade da vez é que buscamos mais câmeras e lentes do Celso – muitas não estão em bom estado, então é mais pela oportunidade de algo barato. Muitas câmeras são para aproveitamento de peças. Desta vez teremos algumas objetivas também. Tem mais Nikon e Canon.

E vai ter filme rebobinado e vencido com preço especial de bazar. Químicos também.

Quando: dia 18/02/24 – Rua Cardeal Arcoverde 2007 Pinheiros – estação de metrô mais próxima Faria Lima

Das 10h às 17h

Câmeras, Revelação PB e Cianotipia no Anhangabaú

Era pra ser em dezembro mas com a organização das câmeras me atrasei. Estou ajudando o Celso Eberhardt, técnico de câmeras especializado em Leica, a vender as câmeras que ele tem disponível.

O Celso antes tinha uma oficina na rua São Bento. Ficamos em mais contato quando Maranhão começou a frequentar o espaço para aprender a consertar equipamentos e apesar de serem curtos encontros, almoçávamos os três juntos algumas vezes, falando de câmeras e aprendi muito com eles nesses momentos. Fiquei bem feliz em poder ter contato novamente com ele, já que após a pandemia, achei que não poderia mais vê-lo. Como ele estava trabalhando em sua casa, parecia quase impossível. Eis que em dezembro surge a necessidade de uma ajuda e lá fui eu.

Comentando com o Roger Sassaki sobre a minha visita, este fez questão de ajudar. O que foi bom, porque chegando lá tivemos muitas coisas pra ver e separar.

Fizemos um bazar agora em dezembro meio de última hora, principalmente por essas câmeras, nem escrevi sobre isso aqui. Mas janeiro ou fevereiro provavelmente teremos mais um.

Pra mim, além de ajudar e rever um amigo, foi uma oportunidade um pouco nostálgica, já que meu pai passou pelas mesmas questões de saúde que o Celso. Então eu imagino como foi sofrido para ele e ainda é, ter limitações com as atividades que ele fez durante uma boa parte da vida.

Roger Sassaki, Celso Eberhardt e eu. dezembro 2023. FM2 Nikon – Arista400 rev D23 1:1

Então a partir de agora no bazar vai ter equipos do Celso e de mais uma amiga que estou ajudando a vender o estoque. Em geral anunciamos pela instagram, devo anunciar por aqui a data também.

Em Janeiro vou oferecer aulas de revelação PB e de cianotipia. Estou com um estúdio no Anhangabaú, ao lado do terminal Bandeira. Provavelmente mudarei de lá logo, mas antes quero fazer algumas atividades. Depois que eu mudar, essas particulares devem ser realizadas no atelier do Roger. Ainda não pensei em datas, porque estou fazendo a organização e limpeza do espaço. (só consegui fazer isso agora) Esse estúdio foi uma solução para o momento de pandemia em que eu estava morando num apartamento pequeno e o lugar é muito perto pra chegar de casa. Mas conforme as atividades foram voltando, o uso do espaço mudou e a verdade é que não é o lugar perfeito para dar aula e montar um lab. Como no prédio o horário é limitado, não consigo oferecer muito aulas nos finais de semana.

E falando sobre atelier do Roger vai ter Chá Revelação em Janeiro com Roger, Simone e eu. A ideia é ter uma mini aula no dia, vai ser no domingo, pra quem não sabe revelar na parte da manhã e na parte da tarde o lab fica disponível para quem sabe mas não tem os materiais para essa finalidade. Logo colocamos as informações aqui e no site do imagineiro.com.br

FRoFA, Persefone e Festival Provisório

É assim. vou falar de atividades que já passaram porque esqueci de escrever aqui :/

Teve Aula de Revelação PB no Festival Provisório qua acontece até dia 18/11. O Festival de Filmes Vencidos está em SP no Espaço Fita.sp na rua Major Sertório 209, Vila Buarque. Pertim do Minhocão, metrô mais perto é o República. A ideia era mostrar como funciona um lab e se revela material PB.

Outra atividade para sábado dia 18 é que farei novamente Ciano em joias na Persefone Lab. das 13h às 18h

E por último vai ter FRoFA finalmente! depois de 4 anos estamos de volta ao Festival Zum novamente.

É no Instituto Moreira Salles, Avenida Paulista 2424 5º andar. dia 25 e 26/11. O espaço é limitado, temos poucos expositores e acho que por isso é bem tranquilo e divertido.

🙂

amo a fotografia

Sesc Rio Preto – formativa e minicurso

esta semana estarei em São José do Rio Preto no Sesc, participando de uma atividade ligada a exposição do Eustáquio Neves, em que apresento alguns aspectos da fotografia e sua história. dia 01/11

https://www.sescsp.org.br/programacao/outros-navios-por-tras-das-obras/

Também terá minicurso de retratos e revelação de filme dia 01/11 e 03/11 – 19h às 22h

https://www.sescsp.org.br/programacao/albuns-revelados-retratos-e-revelacao-de-filmes-preto-e-branco/

Imagens em joias – ciano no PerséfoneLab

E a fotografia começou com um objeto que era algo parecido com uma joia.

E estou aqui esse mês inventando uma atividade relacionada a essas duas atividades que pratico: foto e joalheria. É uma ideia que eu e Camila do Perséfone Lab desde 2021 estamos pensando e conversando e tentando viabilizar.

Estudo joalheria desde 2018, fiz curso no Senai, na Espmix e no Atelier Marcia Pompei. Minha ideia inicial era de ter uma opção de atividade para a minha irmã na verdade, caso fosse necessário. Também fiquei com receio na época de não ter muito trabalho relacionado aos processos históricos (eu sempre busquei opções além da fotografia porque essa é meio que a realidade, ainda mais numa área tão específica como a minha) Mas a verdade é que eu amo metais. E curiosamente, desde o primeiro contato eu tive muita facilidade para lidar com o material. Com a cerâmica tenho meus problemas (não fica reto, eu sofro muito) mas o metal é preciso.

Acabou que achei muitas semelhanças de ser ourives e laboratorista.

E então vai rolar dia 23 de setembro o workshop de cianotipia em metais. Essa é a novidade que estou matutando faz um bom tempo.

detalhes aqui

A Camila Fontana conheço do Bacharelado de Fotografia, eu sabia que ela estava com a joalheria mas quando fui fazer um curso na Espmix em 2020 não sabia que era ela que daria o curso. Aí na aula descobri que era! Foi pouco antes da pandemia que a gente conversou. Depois ela fundou sua escola (perto da minha casa, o que achei incrível) e nesse ano havia conversado com um ex colega do Senai sobre a fotografia e a joia, porque ele queria aprender o anthotype. Por isso, fiquei pensando se a ideia era viável, até porque fiz curso de galvanização para fazer daguerreotipia (tentar fazer direito) e eu tinha feito o curso com a Cris Bierrenbach de dag, mas pra ideia da joalheria a galvanização necessária pra foto era algo meio incomum. Desde 2019 estava eu fazendo testes em placas de prata pura (bem pequenas) mas – pandemia – acabou com minha coragem por um tempo e voltei a testar só ano passado. Só não postei nada porque se não gosto eu apago a imagem (é, até hoje não gostei de nada)

Enfim, tem a ver com minhas pesquisas em materiais e objetos.

Vou dizer que não foi fácil chegar nessa ideia. Lidei com muitas inseguranças e ainda lido a respeito do que faço, se é prático ou não, principalmente depois desse 2020 que tirou quase toda minha vontade de fotografar. Parei de fazer fotos de arquitetura para dar conta dos cursos. Ainda estou num hiato de organizar a mente relacionada ao processo criativo com as imagens. Tenho fotografado menos pra conseguir entender o que eu quero. Me questionei por muito tempo se eu resistiria a isso.

Então hoje um rapaz me escreve perguntando se teria indicações de lugar para começar a trabalhar com fotografia. É advogado criminalista mas desistiu da profissão para manter a saúde e a sanidade. Lá no lab e em muitos lugares onde dei aulas recebi muitas pessoas que sofriam muito com o trabalho e os médicos recomendam alguma atividade ligada a arte ou cultura. (não passou da hora da gente pensar num mundo de trabalho que a pessoa não adoeça?) Pedi seu portfolio para passar a quem eu lembrasse que precisaria de algum assistente ou algum trabalho. Resolvi ajudá-lo porque no seu currículo ele faz trabalho voluntário. Ajudo a montar portfolio, aulas que eu dava no curso técnico. Por isso, lembrei de recomendar o curso da Etec de Artes, de Processos Fotográficos, que abre as inscrições perto de abril só. Se eu pudesse criaria uma escola de fotografia gratuita mas já existe essa 🙂

Enfim, não existe uma profissão certa. Parece que a gente faz o que o coração pede. 🙂